A ordem Isoptera é composta por aproximadamente 2958 espécies espalhadas pelo mundo, contendo cerca de 280 gêneros e ocorrendo no Brasil em torno de 298 espécies. Nas atuais classificações a ordem Isoptera é composta por sete famílias, sendo quatro destas ocorrendo no Brasil. Durante muito tempo existiu uma arbitrariedade do conceito evolutivo no sistema de classificação dos seres vivos, onde a reunião dos organismos em um táxon era feita exclusivamente pelo compartilhamento dos caracteres. Após isso, os aperfeiçoamentos de métodos mais objetivos para a construção das hipóteses filogenéticas foram surgindo, e a sistemática filogenética passou a ser baseada em uma série de procedimentos, visando à reconstrução evolutiva de um grupo. Nota-se que os “tradicionais” estudos filogenéticos sobre cupins, por mais amplos que sejam, tendem a utilizar os caracteres morfológicos como parâmetro principal, e muitos desses caracteres não são independentes. Em outro âmbito, sequências moleculares fornecem dados siginificativos, que de uma certa maneira estão livres destas variações hereditárias, fornecendo uma excelente plataforma para a compreensão das inovações adquiridas pelos cupins. O objetivo geral do trabalho foi comparar se as filogenias originadas através de dados moleculares são compativeis àquelas baseadas apenas em caracteres morfológicos. A coleta de dados foi feita em três trabalhos publicados em revistas científicas, sendo duas chaves de identificação e um artigo sobre revisão filogenética de Isoptera. Os dados foram organizados em três planilhas para três níveis taxonômicos: 4 famílias e 10 caracteres morfológicos ; 8 subfamílias e 11 caracteres morfológicos; 23 gêneros e 65 caracteres morfológicos. No caso dos dados moleculares, foram feitas as contagens dos “nós” evolutivos entre os táxons na hipótese filogenética presente no artigo. Essas planilhas constituem uma matriz de distância filogenética. Os dados foram submetidos ao teste de Mantel. O objetivo do teste de Mantel é comparar duas matrizes de parecença (similaridade e distância) derivada de dois conjuntos de dados. Os valores do teste de Mantel para Famílias, Subfamílias e Gêneros foram de: r = 0, 274 / p = 0, 170 ; r = 0, 227 / p = 0, 003 ; r = 0, 152 / p = 0, 0002, respectivamente. Os resultados gerados através da comparação entre matrizes de distância filogenética e matrizes de presença e ausência de caracteres morfológicos mostraram que uma pequena parta da filogenia gerada através de dados moleculares, são representadas pelas características morfológicas.
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