Ano2011
Curso:Ciências Biológicas
Título:Conhecimento ecológico tradicional como subsídio para o manejo do pirarucu (Arapaima gigas) na RESEX Lago do Cedro, em Aruanã-GO
Autor:Arantes, Murilo de Lima
Orientador:Cunha, Hélida Ferreira da
Assuntos:Pirarucu - Manejo - Aruanã, GO
Resumo:
O Conhecimento Ecológico Tradicional (CET) é resultado da interação entre as gerações de pescadores e os ambientes de pesca. A associação desta sabedoria empírica (êmico) ao conhecimento científico (ético) pode contribuir na conservação dos recursos naturais e na implementação de práticas de co-manejo como a que ocorre para o pirarucu (Arapaima gigas) na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá-AM (RDS). O objetivo deste estudo foi comparar o CET sobre pirarucu com informações científicas e identificar as variáveis que o determinam, bem como identificar os pescadores de uma Reserva Extrativista (RESEX) em criação com habilidade para treinamento na RDS Mamirauá e serem os agentes de transmissão horizontal sobre o manejo do pirarucu de Mamirauá. O estudo foi realizado na RESEX Federal Lago do Cedro, em implementação no município de Aruanã, Goiás, que dista 310 km de Goiânia. Usou-se um questionário com 65 questões para entrevistar 48 pescadores no período de julho de 2009 a abril de 2010. Os pescadores possuem um conhecimento detalhado sobre os hábitos alimentares desta espécie, sobre seus principais predadores e do período reprodutivo. Doze pescadores que obtiveram o maior número de acertos (>70%) e possuem idades mais avançadas (t (2.02) 48= 2,12; p= 0,03), são os mais indicados para compor o grupo que receberá treinamento dos pescadores da RDS Mamirauá sobre o método de contagem e manejo do pirarucu. As alterações na legislação pesqueira de Goiás a partir de 1997 foram determinantes para que o arpão, que era a tralha mais utilizada na região para captura do pirarucu, fosse substituído pela rede e para que o hábito diurno de pesca fosse mudado para a pesca noturna. Do ponto de vista ecológico, estas alterações podem contribuir para o aumento na captura de juvenis, antecipando o recrutamento e interferindo na disponibilidade de indivíduos em idade reprodutiva na população. O conhecimento apresentado pelos pescadores aliado ao método de contagem e manejo do pirarucu desenvolvido em Mamirauá, respeitando as condições locais da RESEX, podem facilitar a implementação do co-manejo com práticas de conservação, a partir do monitoramento, da exploração sustentável e consequente recuperação do estoque. Desta forma os meios de produção e a economia, assim como os conhecimentos e práticas envolvidas na captura do pirarucu na região de Aruanã-GO serão mantidos.
Publicação:Autorizado
Arquivo:TCC - Murilo de Lima Arantes - 2011.pdf


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