A abordagem macroecológica tem sido usada recentemente para analisar as correlações existentes entre variáveis ecológicas em grandes grupos taxonômicos, em grandes escalas. Uma relação positiva entre o tamanho corporal e a diversidade alimentar tem sido analisada e associada ao fator da amplitude do nicho. No entanto, estas variáveis podem ser perturbadas pelos efeitos filogenéticos, migração, áreas de distribuição e padrões de seleção sexual. Neste trabalho, a relação entre o tamanho corporal e a amplitude dos nichos de dieta foram analisadas para 729 espécies de aves presentes no cerrado e no pantanal brasileiro com o objetivo de verificar uma correlação possivelmente existente entre o tamanho do corpo (cm) e a amplitude do nicho da dieta. Os dados foram compilados à partir da literatura de Gwinne et al. (2010) e separados por categorias com base na dieta de cada espécie. As variáveis analisadas demonstraram uma correlação positiva, estatisticamente significativa entre o tamanho do corpo (cm) da e a diversidade alimentar (amplitude do nicho) de cada espécie. Dentre os fatores que possam causar essa correlação, está o fato de que espécies grandes podem consumir tanto itens alimentares pequenos como grandes, porém espécies menores consomem apenas itens pequenos. Apesar das restrições apresentadas pelas analises demonstradas, já que só foi testada uma hipótese sobre a estruturação dos nichos de dieta para as aves do Cerrado e do Pantanal, parece existir uma padrão semelhante na resposta ecológica e/ou evolutiva das espécies com distribuição na região tropical daquela observada para outros conjuntos de dados.
 Ocultar Resumo