Ano | 2013 |
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Curso: | Química Licenciatura |
Título: | Estudo teórico da interação da polianilina com ácido L-Glutâmico e síntese da polianilina em solução do aminoácido |
Autor: | Dutra, Gabriel Victor Simões |
Orientador: | Araújo, Olacir Alves; Santos, José Divino dos [co-orientador] |
Assuntos: | Polímeros - Aminoácidos - Ácido L-Glutâmico |
Resumo: | A polianilina (PAni) é um polímero condutor com boas propriedades elétricas e
destaca-se entre os demais polímeros pela possibilidade de modificação de suas
propriedades estruturais, mecânica e solubilidade em função do ácido dopante
empregado na síntese. O uso da polianilina dopada com ácidos orgânicos
funcionalizados tais como os aminoácidos, tem sido proposto com o intuito de obter
um material mais solúvel em solventes de baixa polaridade, o que viabiliza a
aplicação deste material em diversas áreas. A química computacional é uma área
extensivamente utilizada no estudo de previsões de propriedades físico-químicas de
novos materiais. Neste sentido, este trabalho foi realizado em duas etapas. A
primeira etapa envolveu o estudo teórico das interações entre anilina e ácido
glutâmico e as interações entre a base esmeraldina e o ácido glutâmico. A segunda
etapa foi realizada pelo processo de obtenção de polianilina sintetizada em meio
contendo ácido glutâmico. As amostras foram caracterizadas por medida de
condutividade elétrica e espectroscopia vibracional na região do infravermelho. As
estruturas das moléculas utilizadas no estudo teórico foram otimizadas através de
métodos semi-empíricos AM1 e PM7 e métodos ab initio HF e DFT/B3LYP com
funções de base 3-21G, 6-31G e 6-311G. Os modelos de interações entre a forma
básica da polianilina e o ácido glutâmico e as interações entre anilina e ácido
glutâmico foram obtidos através das estruturas mais estáveis de cada molécula,
considerando-se fixas as distâncias entre o átomo de nitrogênio das moléculas
básicas e o átomo de oxigênio do ácido glutâmico. As distâncias utilizadas foram
d(N-O)= 5,00 Å, 3,00 Å, 2,80 Å e 2,30 Å. Os resultados evidenciaram que pode
ocorrer transferência do hidrogênio ácido para o grupo amina da anilina, quando é
fixada a distância N-O em 2,30 Å, pois à medida que a distância N-O diminui de 5,00
Å para 2,30 Å, nota-se uma maior acidez do ácido glutâmico e uma maior basicidade
do grupo amina da anilina. Além disso, as previsões obtidas nos cálculos indicam
que a reação entre ácido L-glutâmico zwitteriônico e base esmeraldina não conduz à
formação do sal esmeraldina e que a presença de um agente oxidante no meio
reacional oxida preferencialmente o grupo amina do ácido glutâmico, dificultando a
polimerização química da anilina. Foram realizadas duas rotas sintéticas para
obtenção de polianilina dopada com ácido glutâmico. A primeira rota foi obtida pela
polimerização química da anilina, através de um planejamento fatorial 23
, usando
como fatores o parâmetro K, a razão molar ácido glutâmico/anilina e concentração
inicial de anilina. A segunda rota foi obtida pela reprotonação da base esmeraldina.
Os resultados mostraram que no processo de polimerização química da anilina
obteve-se polianilina na sua forma condutora com rendimentos superiores a 50 % e
condutividade elétrica na ordem de 10-2
a 10-4
Scm-1
. Os resultados dos espectros
vibracionais na região do infravermelho evidenciaram a dopagem da polianilina com
ácido sulfúrico, proveniente da redução do persulfato de amônio durante o processo
de polimerização. No processo de reprotonação, obteve-se um material com
coloração marrom, característico da polianilina na forma isolante, sendo confirmada
pela caracterização por espectroscopia vibracional na região do infravermelho, com
rendimento inferior a 50 % e condutividade na ordem de 10-6
a 10-7
Scm-1
. Portanto,
os resultados experimentais corroboram com os cálculos teóricos, confirmando que
a síntese da polianilina dopada com ácido glutâmico não ocorre nas condições
estudadas. |
Publicação: | Autorizado |
Arquivo: | TCC final - Gabriel Victor Simões Dutra.pdf |